“Não, não há nada de errado”, afirma Joana Almeida. Por um lado, “a masturbação enquanto estimulação e actividade de prazer é saudável e mostra que uma pessoa está confortável consigo mesmo, conhece o seu corpo e tem uma história de aprendizagem de auto-estimulação”. Por outro lado, pode existir factores externos na equação: a estimulação não proporcionar prazer, o contexto da relação, o desconforto com o corpo e a imagem são alguns dos exemplos. A ginecologista Irina Ramilo refere também a questão psicológica da mulher, pois muitas vezes tem pensamentos que não são reais e acaba por entrar num “ciclo vicioso”. “A sexualidade da mulher depende da nossa cabeça e portanto quando nós começamos a ter determinado pensamento, depois é mais difícil”, afirma.
4. Com a idade, deixa-se de conseguir atingir o orgasmo
A sexóloga Joana Almeida refere que, “com a idade e com os processos de envelhecimento, há alterações”, mas que estas “são possíveis de ultrapassar” — “depende de pessoa para pessoa o como” que lhe permitirá continuar a sentir satisfação e prazer. No entanto, é preciso também pesar a evolução das relações e percepções sociais. “Acho que pode ser falso, mas muitas vezes com a idade é preciso adaptação, é preciso reaprender a viver no nosso corpo.”
Irina Ramilo destaca a maior abertura da sociedade em relação à sexualidade dos mais velhos e refere que “não é porque [as mulheres] entraram na menopausa que não podem viver a sexualidade ou de modo melhor e diferente”.
5. Nunca tive um orgasmo, tenho algum problema
“É preciso compreender caso a caso”, diz Joana Almeida. Se há quem não procure ser um “ser sexual”, há quem sinta esta questão “como problema” e, nesse caso, “é bom procurar ajuda para contextualizar”. A sexóloga refere, por exemplo, que a noite de núpcias pode ser uma “frustração” para quem nunca explorou a sexualidade. Já Irina Ramilo remata que, muitas vezes, o problema passa pelo “desconhecimento do próprio corpo”.